Médicos e dentistas realizavam procedimentos estéticos em integrantes do PCC presos
Uma investigação conduzida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) e pela Polícia Civil revelou que líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), detidos em presídios de segurança máxima, tinham acesso a procedimentos médicos e estéticos de alto custo. Entre os atendimentos identificados estavam a aplicação de botox e clareamento dentário.
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Na manhã desta terça-feira, 14, a polícia cumpriu 12 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão em diversas cidades. A lista inclui:
- São Paulo (capital);
- Guarulhos;
- Presidente Prudente;
- Ribeirão Preto; e
- Londrina (PR).
Entre os detidos estão três advogados; a presidente da organização não governamental (ONG) Pacto Social e Carcerário, Luciene Neves; o vice-presidente, Geraldo Salle; e outros envolvidos diretamente na operação.
A operação, batizada de Scream Fake (“Falso Grito”, em tradução livre), segue sob segredo de Justiça.
Plano de saúde VIP para integrantes do PCC
Os detentos Wanderson Nilton de Paula Lima, conhecido como Andinho; Paulo Cézar Souza Nascimento Junior, o Paulinho Neblina; Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola; e Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, morto em 2018, estavam entre os beneficiados. Segundo a apuração, Marcola chegou a realizar aplicação de botox sob o pretexto de tratar inflamação no nervo trigêmeo.
A investigação mostrou que integrantes da facção com alto status recebiam tratamentos dentários que incluíam clareamento, algo que ia além do atendimento básico permitido.
Esquema de procedimentos estéticos envolvia vários setores da facção
Setores internos do PCC, conhecidos como “gravatas” (advogados), “saúde” (profissionais médicos e dentários) e “financeiro” (responsáveis pelos pagamentos) coordenavam o esquema.
A investigação começou há três anos, depois da apreensão de cartões de memória e drogas com uma visitante na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau. Esses dispositivos continham informações detalhadas sobre os setores da organização, incluindo documentos que ligavam advogados e profissionais de saúde ao esquema.
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Os advogados do setor “gravatas” tinham a função de selecionar os médicos e dentistas que prestariam os serviços, que, de acordo com a investigação, eram pagos com dinheiro do crime organizado. Os depósitos eram feitos de forma fracionada e sem identificação. Apesar disso, os profissionais de saúde, segundo a Polícia Civil, não sabiam que estavam atendendo integrantes da facção criminosa.
Outro ponto descoberto foi a existência de um setor de “reivindicações” dentro da facção. Esse grupo era responsável por ingressar com ações judiciais que alegavam tortura ou maus-tratos nos presídios, com o objetivo de desestabilizar o sistema penal e enfraquecer o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), considerado mais rigoroso.
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