Aécio Neves critica Paulo Pimenta para Secretaria de Reconstrução no RS e prevê conflito com governo Leite
Aécio Neves critica nomeação de Pimenta para comando da pasta e alega ‘intervenção federal’ no Rio Grande do Sul
O parlamentar Aécio Neves (PSDB-MG) expressou que a nomeação de Paulo Pimenta como líder da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução no Rio Grande do Sul pode gerar uma disputa com o governo de Eduardo Leite (PSDB). Segundo Aécio, ao designar o ministro para supervisionar as atividades do governo federal no Estado, “Lula abdicou do papel de estadista para optar por cumprir um papel de líder político”.
Durante sua participação no programa Os Três Poderes, da revista Veja, na sexta-feira, 17, Aécio expressou sua opinião sobre a escolha de Pimenta para liderar o ministério. Ele acredita que essa decisão politiza a situação do Rio Grande do Sul e representa “um tipo de intervenção federal no Estado”. Anteriormente, o deputado já havia descrito a nomeação do ministro como uma “excrescência”.
“Com essa nomeação vai haver um conflito (entre governo estadual e o novo ministério). No momento em que politiza essas ações, ele presta um desserviço enorme àqueles que estão sofrendo e que precisam de harmonia das autoridades”, afirmou.
Na quinta-feira, 16, Pimenta afirmou que não se preocupa com as críticas que tem recebido por ter assumido como autoridade federal no Estado. “Vou responder com trabalho, espírito público e compromisso com o Rio Grande do Sul. Não me preocupo com as críticas, que são compreensíveis. Cada uma mede a conduta dos outros pela sua régua”, disse, em entrevista à CNN Brasil.
O nome que assumiria a pasta extraordinária não foi discutido com Eduardo Leite. Segundo a gestão gaúcha, o presidente Lula estaria apostando na figura política de Pimenta para aumentar a visibilidade do ministro para um cargo majoritário no Rio Grande do Sul em 2026.
A presença de Lula e suas primeiras ações para socorrer o Estado foram elogiadas por Aécio, mas, segundo ele, tudo foi “jogado por terra” com a indicação de Pimenta. “Tudo o que nós não precisávamos neste momento era um gesto que, na prática, politiza algo que deveria estar sendo construído com generosidade, harmonia e desprendimento”, disse.
A tarefa de coordenar as ações do governo federal para a recuperação do Rio Grande do Sul, que foi afetado por enchentes há mais de duas semanas, está sob a responsabilidade da Secretaria Extraordinária da Reconstrução. Esta tem status de ministério no estado.
A pasta será dissolvida dois meses após o término do decreto de estado de calamidade no Rio Grande do Sul, que terminará em 31 de dezembro. Pimenta ocupará a posição até fevereiro de 2025. Quando ele não está presente, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência é temporariamente liderada pelo jornalista Laércio Portela.
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