Atleta intersexual vence pugilista húngara por 5 a 0 e avança para a semifinal na Olimpíada

Atleta intersexual vence pugilista húngara por 5 a 0 e avança para a semifinal na Olimpíada

Imane Khelif, atleta intersexual da Argélia que foi reprovada em testes de gênero da Associação Internacional de Boxe (IBA) em 2023, venceu a pugilista húngara Luca Anna Hamori na tarde deste sábado, 3, por um placar de 5 a 0 no boxe feminino de 66kg. Com a vitória na Olimpíada, Imane garantiu uma medalha para o seu país.

Khelif volta ao ringue na próxima terça-feira, 6, para disputar um lugar na final contra a tailandesa Janjaem Suwannapheng.

Na quinta-feira 1°, Imane venceu a italiana Angela Carini, depois de uma desistência aos 46 segundos de luta. De início, foi especulado que a argelina seria transgênero, porém, sua condição intersexual veio à tona.

Em 2023, a IBA decidiu pelo banimento de Imane Khelif e da taiwanesa Lin Yu-ting, depois de testes avaliarem o gênero de ambas. Apesar de não divulgar o resultado, por questões de sigilo médico, o presidente do órgão, Umar Kremlev, afirmou que elas tinham cromossomos XY (masculinos) e altos níveis de testosterona.

O incidente dividiu opiniões nas redes sociais, já que o Comitê Olímpico Internacional (COI) não reconheceu a autoridade da IBA e permitiu a participação da argelina na disputa.

Depois da repercussão, o COI saiu em defesa de Imane. Ao jornal Folha de S. Paulo, o diretor de comunicação do comitê, Mark Adams, disse que o caso era “muito sério”.

“Estamos em contato, desde ontem, em termos de proteção”, afirmou. “É um caso bastante sério. Está acontecendo muito abuso on-line, e abuso muito desinformado. Estamos em contato bem de perto com os atletas e seus estafes.”

Boxeadora italiana se manifesta depois de incidente com atleta intersexual na Olimpíada

Angela Carini durante a cerimônia de abertura da Olimpíada de Tóquio, em 2021 | Foto: Reprodução/Instagram/@angela.carini_tiger
Angela Carini durante a cerimônia de abertura da Olimpíada de Tóquio, em 2021 | Foto: Reprodução/Instagram/@angela.carini_tiger

Angela Carini, por sua vez, relatou ao jornal italiano Gazzetta dello Sport que a controvérsia a deixou “entristecida” e que respeita a decisão do COI sobre a participação de Imane.

“Toda essa controvérsia me entristece”, disse. “Sinto muito pela minha oponente também. Se o COI disse que ela pode lutar, respeito essa decisão.”

A IBA, associação que baniu Imane Khelif das competições de boxe, decidiu dar à Angela o mesmo valor que será premiado pela agremiação aos medalhistas de ouro da modalidade. Ela receberá US$ 50 mil.

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